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Crônica de um adicto.



Confesso que é um pouco difícil falar sobre esse assunto, mas hoje encontrei coragem para desabafar; preparem-se meus caros amigos, porque, finalmente, farei uma grande revelação a todos vocês.


Creio que os mais íntimos já devam saber, pois ainda criança, morando na periferia de uma grande cidade, era comum ver algumas pessoas adultas fazendo uso perto de mim. Foi só na adolescência que tive a oportunidade de experimentar esse prazer pela primeira vez; no começo foi um pouco constrangedor, eu era um pouco tímido... Sabe como é... Ainda era na época do governo militar, eu era muito jovem, não tinha experiência e, além do mais, naquele tempo não era como hoje, nem todos os garotos ao meu redor gostavam dessas coisas.

Anos após anos, fui conhecendo outras pessoas e a minha percepção mostrava-me que, conforme o tempo se passava, mais dependente eu ficava. Foi só no ensino médio que eu reconheci a minha dependência; pois quando terminei o terceiro ano, notei um grande vazio dentro de mim. Sabe, era bom quando ia à escola e fazia aquelas coisas por lá com uns colegas, lembro-me até que a minha mãe me dava conselhos para não andar junto a alguns. 

A situação ficou pior quando entrei na faculdade de Letras; lá eu percebi que havia muitos iguais a mim. Não levou muito tempo para notar que a partir daquele momento, eu chegara a um ponto em que jamais teria volta, era o fim, estaria condenado a viver com esse vício pelo resto de minha vida.

Foi difícil... Sim, foi muito difícil, mas eu lutei contra mim mesmo, percebi que havia vida além daquilo. Poderia mudar e dar uma virada de mesa. Sim, era possível! 


Vida normal e independente! Por que não? 

Daquele momento, acreditei em minhas convicções e fiz disso a minha luta, a minha causa, a minha bandeira.

Hoje, sou pai de família, casado, relacionamento estável, professor, titular de cargo, amigo de muitas pessoas, procuro levar uma vida normal, como sempre quis, equilibrada e feliz. Ao olhar para trás e ver os obstáculos vencidos, confesso-lhes, meus caros, consegui quase tudo; apenas sou um pouco desapontado por não conseguir vencer as barreiras do meu vício, por completo... É verdade, reconheço, ainda é bem mais forte do que eu, não resisto passar um único dia SEM LER UM BOM LIVRO.



O quê?! A cannabis aí da foto? 

Relaxa, foi só p/ decorar a crônica.

Edilson Neres

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